Um dos momentos que mais chamou a atenção foi quando a candidata Marina contestou Bolsonaro sobre afirmação dele de que a diferença
salarial entre homens e mulheres não é
uma questão por já ser vetada pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
"Não é uma questão de que não precisa
se preocupar. Tem que se preocupar sim", disse Marina
a Bolsonaro.
O
deputado havia dito que "é mentira" que defendeu que mulher deve
ganhar menos que
homem. “Na CLT já está garantido à mulher
ganhar igual ao homem”. “Não temos que
nos
preocupar com isso", falou.
Bolsonaro,
no entanto, já afirmou que "não empregaria [homens e mulheres] com o mesmo
salário".
Marina
afirmou no debate que a realidade comprova que ainda há diferença
remuneratória,
apesar de ambos terem as mesmas capacidades, e
que é função do presidente da
República lutar contra o problema.
O
formato do debate exigia que os candidatos andassem até o centro do palco e
fizessem
questões um ao outro.
Diante
de Bolsonaro, Marina criticou o rival por "pegar a mãozinha de uma criança
e
ensinar
como é que faz para atirar". "É esse o ensinamento que você quer dar?
Você acha
que pode resolver tudo no grito, na
violência", disse ela, sob aplausos da plateia.
Sem
tempo para resposta, o deputado encerrou a discussão com uma menção à Bíblia:
"Leia
o livro de Paulo".
O
embate entre os dois começou com pergunta do deputado sobre a opinião da
adversária a
respeito de porte de arma. A ex-senadora se
disse contrária à proposta.
Foi
o primeiro debate televisivo após o registro da candidatura de Lula. Ausente, o
ex-presidente
foi criticado por outros postulantes. O petista sofreu ataques por insistir em
ser candidato e foi relacionado a escândalos
de corrupção nos governos do PT.
A
RedeTV! decidiu, na última hora, retirar o púlpito vazio que seria identificado
com
o nome do ex-presidente. A emissora disse que
a medida foi tomada por decisão da maioria
dos
candidatos. Só Guilherme Boulos (PSOL) foi contra a retirada.
Também
participaram os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT),
Henrique Meirelles (MDB), Alvaro Dias
(Podemos) e Cabo Daciolo (Patriota).
"Aqui
não tem púlpito para bandido", disse Bolsonaro na entrada no estúdio,
aludindo
à decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
de negar mandado de segurança
apresentado
pelos advogados do ex-presidente.
Durante
o debate, Alvaro Dias chamou a candidatura de Lula de encenação.
"É
uma afronta ao país, um desrespeito à Justiça, uma violência ao Estado de
Direito. A
democracia
exige respeito à lei e todos somos iguais perante a lei", afirmou ele.
O
partido de Lula chegou a pedir ao TSE autorização para que ele fosse ao debate,
mas o
pleito
foi rejeitado.
Diante
de pergunta sobre o espaço vazio que seria reservado ao PT, Marina aproveitou
para
alfinetar a sigla de Alckmin, falando que "esse púlpito está preenchido
pelos mesmos
que estavam no palanque anterior, no palanque
do candidato do PSDB".
Bolsonaro
se dirigiu a Meirelles para associá-lo ao PT. O capitão reformado lembrou
que
o adversário foi presidente do Banco Central nos dois mandatos de Lula.
Questionado
sobre a dívida pública, o deputado, com longas pausas, respondeu
que,
segundo seus economistas, será difícil lidar com o tema. Na sequência, defendeu
a
redução do peso do Estado.
Boulos
também atacou Meirelles após o candidato do MDB dizer que a equipe
econômica
da qual ele fez parte, no governo Temer (MDB), foi chamada de "time
dos sonhos" pela imprensa.
"Esse time dos sonhos do qual você fala
virou time dos pesadelos para muitos brasileiros",
rebateu o psolista. Meirelles foi ministro da
Fazenda de Michel Temer.
Alckmin
e Ciro adotaram uma dobradinha, escolhendo fazer perguntas um ao outro pelo
menos três vezes, sobre temas econômicos
sobretudo.
Cabo
Daciolo (Patriota), um dos mais comentados em redes sociais no debate anterior,
na Band, circulou com uma Bíblia a tiracolo e
repetiu as menções a Deus. Com
informações da Folhapress.
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